quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PIMEIRA DISCOTECAGEM DO CLUBE DO VINIL DE ALAGOAS





EXPOSIÇÃO DA COLEÇÃO HÁ TEMPORAL

+ Shows + DJs + Interações Artísticas



Sinestesia é o principal conceito que a dupla de artistas Natália Vasco e Bibiana Melo querem representar com a SiniS e suas estampas pintadas à mão. É onde arte e moda se confundem e se completam e para isso, preparamos um evento cheio de surpresas, músicas, interações, exposições e diversão.



Bandas:

- BAZZINGA arctic monkeys, the strokes, the beatles, amy winehouse...

- BELT



Pub Eletrônico:

-Dj Sappo

-Fifo Som Sistema

-Clube Do Vinil (Walter Kbça e Thiago Cupim)



R$ 10 até 0h

R$ 15 após 0h



Infos:http://www.bangabar.com.br/(82) 9671 1621 (82) 8888 7498



Proibido entrada de menor de 18 anos.Obrigatório apresentação de RG.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Panda Bear - Person Pitch (2007) / Tomboy (2011)

Aqui estou sem codinome para o primeiro post como membro do clube. Serei responsável (na maioria das vezes) pelas postagens de lps mais ou menos contemporâneos, mostrando assim que o lp não é uma mídia datada mas sim eficiente e em voga. Alguns não sabem mas maioria das bandas do mundo ainda lançam seus álbuns em vinil, incluindo as do mainstream, como U2 e Coldplay. Aqui pelo Brasil, artistas como Pitty e Los Hermanos também chegam no mercado através do lp, e muitos outros que não cito por ignorância mesmo. A mídia hoje é bem alternativa e é destinada a um público diferenciado, os que nutrem a opiniões técnicas sobre o som do lp, seu caráter analógico, ou apenas porque as capas e encartes são maiores (como eu). Se a amplitude das ondas e a quantidade de frequências do lp é maior em relação ao cd, isso ainda é um mistério pra mim. Intuitivamente, sinto que soa melhor.

Nesse primeiro post, o terceiro e quarto álbuns solo de Panda Bear, nome de carreira de Noah Lennox, integrante do Animal Collective. Person Pitch, de 2007, foi aclamado por uma parcela da crítica e do público que trata da música alternativa, sendo álbum do ano pela Pitchfork Media e, pelo mesmo site, nono álbum da década. Avey Tare, integrante do Animal Collective, confessou que o disco influenciou o álbum da banda de 2009, Merriweather Post Pavilion, também aclamado pelo Pitchfork e por outros sites especializados. Ou seja, um sucesso duplo para Panda Bear. O disco desenvolve o som que o compositor tinha iniciado em canções do Animal Collective, algo mais otimista depois da fase vocal-lamuriosa que iniciou após a morte do pai. O interessante é que com Person Pitch, Panda Bear parece ter ganho espaço na sua própria banda, já que antes de 2007 os álbuns continham em sua grande maioria, canções de Avey Tare, no disco seguinte da banda, Strawberry Jam, ele tem sua marca em três canções, das melhores, e em Merriweather Post Pavilion, quatro, tendo duas delas virado singles e favoritas em apresentações ao vivo. A acessibilidade de sua música, escondida atrás de ruídos e efeitos, contribui para isso, a carga nostálgica também. O álbum sampleia Scott Walker, Tornados, Cat Stevens, The Equals, Kraftwerk entre outras bandas, mas é difícil reconhecer os samples, estão escondidos e modificados e misturados. Sem dúvida é um ótimo exemplo da nova psicodelia, a repetição e a simplicidade se tornam pura extravagância aqui e a ingenuidade dos arranjos é tratada de uma maneira quase minimalista. Dizer que isso é música eletrônica é exagero, dizer que isso é rock é ser simplista. É fruto da história da música embaralhada e batida no liquidificador, como é notado nas referências do encarte. De brasileiros temos Caetano Veloso e Tom Jobim, nomes disparatados como Jay-Z e Kylie Minogue, e clássicos absolutos como Beach Boys, Beatles, Kinks. Clássicos absolutos da eletrônica Basic Channel, Aphex Twin e Daft Punk estão na lista. E até uma deusa da ópera Maria Callas é citada. Black Flag, Basement Jaxx, Can e Roy Orbison também aparecem, para misturar mais ainda o bolo de influências. E é justamente isso que é Person Pitch, um bolo de aniversário infantil. A linda arte do álbum é de Agnes Montgomery, uma artista da Filadélfia que trabalha exclusivamente com colagem, ela realiza suas obras com cola e tesoura (!!) e depois as escaneia, seu trabalho foi o principal responsável da minha total satisfação na compra desse lp.

Panda Bear - Person Pitch
2007
Paw Tracks

Lado A - Comfy in Nautica/Take Pills
Lado B - Bros
Lado C - Good Girls/Carrots
Lado D - I'm Not/Search for Delicious/Ponytail

Produção: Panda Bear/Rusty Santos
Arte: Agnes Montgomery

Tomboy, de 2011, causou menos estouro, mas ainda sim um ótimo trabalho de Panda Bear, desenvolvendo outros temas, mais sérios e maduros. A instrumentação é concisa e consciente, muito embora o conteúdo das músicas seja livre e fluido, à propósito, a forma aqui é bem mais tradicional, sendo possível reconhecer versos e refrões. Duas marcas de Panda Bear ainda são encontradas aqui, seus vocais harmonizados em várias camadas, e seu tratamento de samples, basicamente ruídos e chiados, para álguns artistas, meros efeitos sonoros, para Lennox, parte da música e elemento compositivo. Surfers Hymn se tornaria um vazio de um sample percussivo e uma bateria se não fossem as ambientações usadas. Os Beach Boys estão aqui, na música citada, em Alsatian Darn e, principalmente, em Last Night at the
Jetty. À medida que o som desse músico vai amadurecendo, vai se tornando mais pop, mas ao mesmo tempo, também mais temperado, mais mastigado, como se ele estivesse ficando realmente acostumado a fazer isso, e a fazer isso naturalmente. E se é possível prever que ele nunca vá soar como os Strokes, ou Arctic Monkeys, não posso duvidar que aconteça o contrário.


Panda Bear - Tomboy
2011
Paw Tracks

Lado A - You Can Count on Me/Tomboy/Slow Motion/Surfer's Hymn/Last Night at the Jetty/Drone
Lado B - Alsatian Darn/Scheherezade/Friendship Bracelet/Afterburner/Benfica

Produção: Peter Kember, aka Sonic Boom (Spacemen 3)
Arte: Scott Mou (antigo companheiro, no duo eletrônico-experimental Jane)


terça-feira, 5 de julho de 2011

Stevie Wonder - Innervisions

Antes de começarmos, um pedido de desculpas pelas fotos horríveis. Fui obrigado a usar somente um celular para este post.
Agora sim, allons-y!

Stevie Wonder é um dos maiores gênios da música, como instrumentista, cantor e compositor. Durante os 70's lançou uma série de obras-primas que influenciam até hoje a música pop, e uma dessas obras é o sensacional "Innervisions".


Stevie despontou para a música desde criança, como uma revelação e promessa da gigante da black music americana Motown ainda nos 60's. Sua genialidade despertou cedo e logo se pôs a compor para outros artistas do cast da Motown. O sucesso veio pra valer a partir dos anos 70, com Stevie, ainda que jovem, se apresentando como músico maduro, consciente e revolucionário.


Em minha opinião, "Innervisions" é o auge da carreira de Stevie Wonder. Por mais que hajam discos fantásticos como Talking Book e Songs in the Key of Life, é em "Innervisions" que as diversas facetas de  Stevie Wonder estão melhor apresentadas e melhor distribuídas: lirismo, engajamento político, religiosidade, experimentalismo, funk, rock... está tudo ali, quase como se estivéssemos olhando o interior do Stevie...


O LP deste post é a primeira edição do álbum, de agosto de 1973, lançado pela subsidiária da Motown, Tamla. No Brasil, foi distribuído em 1973 pela Tapecar, numa edição sofrível com capa simples e arte mutilada - como era tradicional, aliás, nos lançamentos brasileiros. Há ainda uma reedição contemporânea da Tamla/Motown em vinil colorido e 180 gramas. Álbum de sucesso, certamente houveram mais reedições entre 1973 e hoje em dia, mas as citadas aqui são as mais fáceis de encontrar. 

propaganda no envelope do LP. Eu quero esse songbook!

selo da edição amercana de 73
edição brasleira... ô selo feio!

Stevie Wonder - Innervision
1973
Tamla - Motown

Lado A

1 - Too High
2 - Visions
3 - Living for the City
4 - Golden Lady

Lado B

1 - Higher Ground
2 - Jesus Children of America
3 - All in Love Is Fair
4 - Don't you Worry 'bout a Thing
5 - He's Misstra Know-It-Al

Produção: Stevie Wonder
Capa: Efram Wolff

Amostra grátis:


Até a próxima!

terça-feira, 21 de junho de 2011

The Bubbles - Raw and Unreleased - 2010


Para começar a falar de boa música, minha indicação desta primeira semana do blog é o disco Raw and Unreleased da banda carioca The Bubbles. Banda criada em 1965 pelos irmãos Renato e César Ladeira - filhos da atriz Renata Fronzi e do radialista César Ladeira - , que a princípio só tocava covers de grupos europeus e norte-americanos. Com sua primeira formação, Renato Ladeira (guitarra base e voz), César Ladeira (guitarra solo e voz), Ricardo Roriz (bateria) e Ricardo (baixo, improvisado a partir de um violão), a banda ensaiava sucessos de seus ídolos como The Beatles, Love, Lovin Spooful, Rolling Stones, Yardbirds... 

 













Em 1966, Ricardo é substituído por Lincoln Bittencourt que assume o baixo (de verdade, rsrsrs) e participa de vários programas de TV como o lendário Hoje é dia de Rock, apresentado por Jair de Taumaturgo. Neste mesmo ano, os Bubbles são convidados para gravar seu primeiro trabalho, pela gravadora Musidisc, um compacto simples com duas versões de bandas já consagradas: Lado A – Não Vou Cortar o Cabelo (Break It All do grupo uruguaio The Shakers) e Lado B – Por Que Sou Tão Feio (Get Out Of My Cloud dos Rolling Stones).


No verão de 69, após algumas mudanças na formação original (Renato continua na guitarra base e agora também nos teclados, Pedro Lima na guitarra solo, Arnaldo Brandão no baixo e Johnny na bateria), o conjunto participa do filme Salário Mínimo, que só é lançado no ano seguinte, onde interpreta três temas compostos por eles tais como Flying On My Rainbow, The Space Flying Horse And Me e a maravilhosa Get Out Of My Land, cantada em inglês (que em 2006 foi regravada com a letra em português: “É só curtir”). Por volta de 1969/70, (já com novo baterista, Gustavo Schroeter) os rapazes cariocas viajam para Inglaterra onde assistem o festival da Ilha de Wigth, e quando voltam ao Brasil, depois de terem visto o “novo rock”, os componentes dos Bubbles mudam radicalmente seu som, começam a compor seu repertório com músicas próprias em português, e se tornam A Bolha, mas isso é outra história...




Ano passado, com intuito de homenagear seu primeiro grupo musical, Renato Ladeira em parceria com o produtor Edgar Raposo, “desenterraram” clássicos dos Bubbles e lançam um disco em vinil pelo selo português Groovie Records (de propriedade do próprio Edgar) contendo 12 faixas, com 9 músicas (pois 3 delas são em versões mono e estéreo) retiradas de compactos, gravações da participação do filme Salário Mínimo e como bônus as duas canções do compacto de 1971: a estréia d’A Bolha com as músicas “Sem Nada” e “18 e 30, Os Hemadecons Cantavam em Corô Chôôôô”. Além disso, a qualidade sonora, levando em consideração que algumas foram retiradas de VHS, está bem audível (bem melhor do que muita coisa que é gravada hoje em dia). E a arte gráfica é um luxo. Ainda possui um encarte com um texto do pesquisador musical e jornalista Nélio Rodrigues que ilustra a pequena e construtiva trajetória dos Bubbles. Fiquei sabendo do projeto de lançamento em primeiríssima mão através do próprio Renato, fiquei enlouquecido de ansiedade, poucos meses depois de seu (enfim) lançamento adquiri minha cópia com o Edgar Raposo da Groovie.

Portanto, amigos, este maravilhoso registro não pode faltar na prateleira de qualquer amante da música Beat dos anos 60, vale muito a pena adquirir esta obra!























































Lado A

Não Vou Cortar O Cabelo (Break It All)
Porque Sou Tão Feio (Get Off Of My Cloud)
Trabalhar (For Your Love)
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Honey Pie

Lado B

Get Out Of My Land
The Space Flying Horse And Me
Não Vou Cortar O Cabelo (Break It All) (mono)
Porque Sou Tão Feio (Get Off Of My Cloud) (mono)
Trabalhar (For Your Love (mono)
Sem Nada (A Bolha)
Os Hemadecons Cantavam Em Corô Chôôôô (A Bolha)

Para adquirir uma cópia é só entrar em contato através de e-mail:
Groovie: contact@groovierecords.com
Renato Ladeira: rladeira@hotmail.com

Texto de Walter Kbça e com colaboração de Renato Ladeira.



Bem vindos!

Salve!

Estamos inaugurando aqui mais um local onde podemos divulgar e trocar ideias sobre nossas paixões musicais em 7, 10 ou 12 polegadas. Ou, falando sem rodeios, os discos de vinil!

Pode entrar e puxar sua cadeira que aqui só vai rolar música boa!